O princípio de pareto também conhecido como regra 80/20 é um padrão intrigante que se aplica nos mais diversos contextos. Este princípio afirma que numa empresa apenas 20% dos colaboradores garantem 80% dos resultados. São esses 20% que carregam o piano nas costas, como dizemos no jargão comum. Na educação de filhos não é muito diferente. Podemos gastar muita energia falando para os filhos o que devem fazer e o que devem evitar. Conheço mães exauridas que me dizem que não aguentam mais brigar com seus filhos para que parem de bagunçar a casa, que se cansa de repetir de modo infrutífero que ao pegarem algo que ponham de volta onde estava após usarem. E nunca conseguem que façam isso. A casa vive de pernas pro ar. Essa mães se irritam diariamente, acabam por serem grosseiras com seus filhos, e vivem como uma escrava tentando arrumar a casa. E pior de tudo, elas acham que a culpa é dos filhos, mas muitíssimo provavelmente a culpa é dela e do marido por não terem trabalhado a organização no momento certo e da forma correta. Há técnicas científicas que garantem um resultado 80% melhor com um esforço de apenas 20% do gasto de tempo e energia dos pais em comparações com pais que não utilizam as técnicas da ciência na educação dos filhos.
E umas das técnicas base, fundamentais, na ciência de educação de filhos envolve a aproveitamento dos instintos guia. Sabendo aproveitar os instintos guias na educação dos filhos os pais terão filhos muito bem formados, organizados, estudiosos, pacientes, perseverantes, generosos, trabalhadores, alegres, e cheios de Deus, com muito menos esforço que não conhecendo essa técnica e a não a aplicando nos momentos certos do desenvolvimento da criança. Mas afinal o que são os instintos guia e como aproveitá-los?
A combinação de instintos guia com períodos sensitivos trouxe importante avanço no campo da educação e são a chave para o sucesso. Sobre períodos sensitivos falaremos em outro artigo. Neste artigo iremos nos concentrar nos instintos guia que consistem em uma espécie de herança genética que nos dá conhecimentos inatos herdados de pais para filhos.
Os instintos guia estão presentes em todos os seres vivos, uma vez que são herança genética. É o instinto guia que faz com que pássaros migrem por toda a terra pelas exatas mesmas rotas que seus ancestrais, sem que seus “pais” lhes tenham ensinado previamente o caminho. E mesmo sem que nunca tenha voado com seus pais. Trata-se de algo como que uma rota inscrita em seu DNA, rota essa que eles tomam num momento exato de suas vidas. São os instintos guia que movem os peixes a fazerem o mesmo que pássaros, singrando rotas submarinas. Que fazem com que as aranhas façam complexas teias geométricas para apanharem suas presas sem ninguém as tenha ensinado nada sobre geometria ou engenharia. Instintos guias movem formigas a fazerem complexos formigueiros, abelhas a construírem aquelas colmeias belíssimas para armazenarem mel, sem que tenha feito cursos para isso, nem terem sido ensinadas através de imitação de seus “pais”. Não, eles não aprendem isso por imitação, eles fazem por causa do instinto guia.
Nós humanos, também possuímos esse tipo próprio de herança genética chamado instinto guia e eles constituem a base mais elementar de nosso saber, são nosso saber inato. São instintos guia nossos o saber mamar, chorar. O saber imitar é um instinto guia muito desenvolvido, muito próprio, em nós humanos e base para nosso aprendizado. O bebê desde muito pequeno já imita os movimentos de sua mãe sem precisar de um curso, treinamento para isso. E pela imitação aprende a andar imitando sua mãe e irmãos andando, sem precisar de aulas para isso. Também pelos instintos guias um bebê conhece os movimentos que deve fazer para chamar a atenção de sua mãe, e obter o que deseja com comportamentos diferentes como chorar, sorrir, mover-se, etc.
Em determinado momento da vida da criança o instinto guia da fala o move a aprender qualquer idioma por imitação, sem precisar de aulas e com uma facilidade incrível. O mesmo ocorre com as virtudes como a da ordem (organização) que citada no exemplo do início do artigo. Há um período na vida da criança que começa aos 10 meses em que o instinto guia da ordem move a criança a querer ser ordenada. Se os pais não atrapalharem, se os pais forem ordenados nesse período e estimularem a criança corretamente, a criança, por imitação, será uma pessoa ordenada para o resto da vida, e pasmem-se, sem dificuldades. Sem que os pais fiquem a berrar pela casa para que sejam organizados. O mesmo vale para as demais virtudes, seja a sinceridade, a generosidade, a laboriosidade, o próprio gosto pelo estudo, para tudo há instintos guia e momentos ideais para trabalhá-los. Os instintos guia não vem todos ao mesmo tempo na vida da criança. Para saber quando vem quais instintos guia falarei para vocês no artigo sobre períodos sensitivos.
Desse artigo ficam duas lições, a primeira obviamente é o aprendizado sobre esse tesouro da educação que são os instintos guia. E a segunda, mas não menos importante, é o alerta para os pais do ensinamento de Jesus que diz “não julgueis”. Na maioria das vezes nossas críticas, aborrecimentos, e até grosserias com nossos filhos são injustas, pois o comportamento deles muito provavelmente é fruto dos erros e acertos nossos no processo educativo deles.
Por isso as palavras de ordem em educação devem ser carinho, compreensão, paciência, diálogo tudo isso compaginado com firmeza, mas uma firmeza que nada tem a ver com rispidez, grosseria, impaciência ou mesmo intolerância. Comportamentos raivoso bloqueiam completamente a absorção de ensinamentos pelas crianças.
